segunda-feira, maio 15, 2006

A “Europa do Conhecimento”

“A realização de uma Europa baseada no conhecimento constitui um objectivo central da União Europeia desde o Conselho Europeu de Lisboa, de Março de 2000”, é o que refere o Comunicado da Comissão das Comunidades Europeias acerca do papel das universidades na europa do conhecimento. Também neste sentido, a Conclusão da Presidência no âmbito do Conselho Europeu de Barcelona estabeleceu o objectivo de tornar os sistemas de educação europeus numa “referência mundial de qualidade” até 2010.

Apercebemo-nos assim, que a União Europeia começa a consciencializar-se acerca da necessidade de criar uma comunidade coesa de tipo não só político como também universitário, de modo a destacar-se no cenário internacional. A educação é um dos pilares de uma sociedade democrática e desenvolvida e esforços têm vindo a ser feitos no sentido de uniformizar e tornar mais competitivo o ensino europeu. Torna-se claro que o papel da universidade na criação de uma sociedade do conhecimento não deve ser menosprezado. É nela que surge e se desenvolve o novo conhecimento, ela é um sítio privilegiado de formação e pesquisa.

Neste contexto, o Processo de Bolonha foi a forma encontrada pela europa no sentido de tornar o seu sistema educativo num sistema uniforme, competitivo e convidativo, tentando torná-lo tão popular como o são já as suas atracções culturais e turísticas. Bolonha colocará em prática os objectivos de criação de uma “Europa do Conhecimento”.
Bolonha terá impacto na forma como o ensino europeu será visto no resto do mundo. A Europa terá todas as ferramentas para equiparar o nível do seu ensino ao dos restantes países do mundo. Será um sistema de ensino que promove a aprendizagem ao longo da vida ao mesmo tempo que requer do estudante um maior envolvimento na gestão do seu estabelecimento de ensino.

A promoção da mobilidade de estudantes dentro e fora da Comunidade Europeia é um dos grandes objectivos do Tratado de Bolonha. Este facto poderá ter um grande impacto no nível de empregabilidade dos diplomados no espaço europeu. Desta forma o sistema de ensino irá ajustar-se às exigências de trabalho e aos novos valores desta sociedade do conhecimento em que vivemos. Ele irá promover a mobilidade, uma maior interactividade entre professor e aluno e entre os conhecimentos adquiridos ao longo do seu percurso académico e a velocidade no processo de ensino (devido à redução do plano de estudos).
Sendo assim, penso que o Processo de Bolonha tem todos os requisitos para ter consequências positivas na educação das futuras gerações. Ainda assim, antes de adoptar as suas medidas, Portugal deve tentar atingir o nível económico e social dos seus "companheiros" europeus tornando a implementação mais harmoniosa e evitando o aumento das diferenças que já se verificam no interior da comunidade.

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