quinta-feira, março 09, 2006

Do passado se faz o presente...

Apercebi-me que, tal como a mim, o comodismo desta geração também chamou a atenção da Micaela. Partilhamos a mesma opinião: somos uma geração que aprecia a velocidade e a instantaneidade. Não gostamos de esperar e somos impacientes.
Achei interessante que ela tenha revivido momentos de infância. Mostra que afinal este fenómeno não apareceu assim tão recentemente. Mais um facto que vem mostar que estas caracteristícas são próprias de todas as gerações mais jovens.
Apesar de tudo, o gosto pela velocidade é tido como uma consequência desta sociedade altamente técnológica. Somos conhecidos como sendo a geração "vídeo clip" e apenas conseguimos viver em ciclos curtos.
Acho que foi uma muito boa forma de relatar um fenómeno actual e pertinente analisando momentos passados e que nos deixam sempre saudades.

De que forma se espelha o comodismo na nossa sociedade actual? Bem... se antes as crianças como a Micaela tinham oportunidade de brincar na rua, correndo e fazendo exercício (ainda que inconscientemente), hoje em dia essa realidade já não se verifica.
Utilizando o pretexto da falta de segurança, que muitas vezes se justifica, os pais preferem que os filhos ocupem os seus tempos livres em frente da televisão e do computador. O resultado é bem visível e constantemente relatado nos noticiários: Portugal tem uma das maiores taxas de obesidade infantil da Europa.
A uma sociedade que já por si promove o comodismo e o prazer instantâneo, vem juntar-se o sedentarismo e a má alimentação (muitas vezes fomentada pela publicidade).

Será que, só por si, a sociedade técnológica em que vivemos hoje é a única causadora deste comodismo relatado pela Micaela?
Penso que não. Existe também falta de preparação para acolher as inovações e, acima de tudo, para as tornar positivas e socialmente recompensadoras. Após a adopção das novas tecnologias por parte das escolas do1º ciclo, é ensinada às crianças de tenra idade a facilidade com que se pode encontrar informação utilizando a Internet. Mas será que lhes é igualmente ensinada uma forma de questionar a informação e de verificar a sua veracidade? A maioria das vezes não.
O resultado é bem claro: jovens que não têm "paciência" para fazer algo que vá muito além do copy-paste.

Bem, penso que já me afastei demasiado do tema original do post da Micaela, por isso fico por aqui.

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