segunda-feira, março 20, 2006

O poder está no Conhecimento

Decidi partir de uma questão: Se o surgimento das TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação teve um tão forte poder transformador ao nível social e quotidiano, o que terá acontecido no que diz respeito ao desempenho organizacional e da empresa?

Ao nível da empresa, as TIC tiveram e têm cada vez mais uma clara função: a criação de valor através da implementação de novas tecnologias. Fazer com que elas, as TIC, permitam o melhoramento da comunicação que existe no interior da empresa, bem como desta para com o exterior, pretendendo assim aumentar a produtividade interna e logo a satisfação externa.

Mas para que este acrescento de valor seja atingido de forma sólida e efectiva, a empresa tem que ter algo mais em vista do que o mero lucro financeiro. Ela deve almejar o aumento de conhecimento dos seus colaboradores acerca das novas tecnologias adoptadas, para assim poder criar e fornecer melhores serviços. Neste sentido, a primeira aprendizagem deve ser feita no seio das organizações.

Sendo assim, nos dias que correm - e corroborando a visão defendida por Nicholas Carr no seu texto “IT Doesn`t Matter” - a mera aquisição de novas tecnologias traz poucos benefícios a uma empresa. Hoje em dia as TI são já um bem generalizado, trazendo logo pouca diferenciação estratégica para os locais de implementação. Em suma, as tecnologias devem ser encaradas apenas como um acessório utilizado numa estratégia global de actualização organizacional, que deve incluir também as pessoas que nela trabalham.
Onde reside então o poder das empresas? De que forma podem elas tentar diferenciar-se da concorrência obtendo um lugar neste mercado cada vez mais competitivo? A resposta está na boa gerência que é feita do conhecimento tácito dos seus recursos humanos. Este tipo de conhecimento, mais conhecido como know-how é impossível de ser copiado pela concorrência, e é o bem mais precioso de qualquer organização.

De um ponto de vista externo às organizações, este poder de diferenciação reside na forma como o conhecimento do cliente é gerido e posteriormente utilizado. O conhecimento acerca do cliente e dos seus dados pessoais, leva a que a empresa tenha possibilidade de responder às suas necessidades de forma eficiente e portanto satisfatória.
É neste contexto que surgem as ferramentas de Business Intelligence, tais como o Data Mining, que permitem a transformação de meros dados acerca do cliente em informação que pode ser útil para a organização, e que lhe permitirá criar serviços ou produtos mais satisfatórios e que culminará numa melhor visão do mercado global e numa melhor posição estratégica relativamente à concorrência. Sendo assim, dados dispersos levam à informação que resulta no conhecimento acerca do cliente.
Já de um ponto de vista interno, a organização deve tentar contrariar a resistência natural que o ser humano tem relativamente à mudança. Na verdade, se a tecnologia é uma grande potenciadora de mudança, ela nada poderá fazer se os individuos que trabalharem com ela não mudarem também.
Fica assim bem claro que não basta adquirir as tecnologias. É urgente que se saiba gerir o contexto em que elas irão ser inseridas, para assim trazer benefícios que se irão reflectir no desempenho das empresas e organizações.

1 comentário:

Carla Ganito disse...

Um bom post.