quinta-feira, março 30, 2006

Criatividade: benéfica mas não em excesso

Vivemos num mercado muito competitivo e que se baseia na abundância. Isto faz com que muitas empresas optem por incrementar a quantidade de inovação/originalidade dos produtos que colocam no mercado, na esperança de conseguir abarcar todos os targets e nichos de mercado aumentando assim os seus lucros que por sua vez irão ser aplicados na criação de novos produtos.

Qualquer produto que prime pela diferença e pela originalidade consegue logo à partida o mais difícil hoje em dia: chamar a atenção do consumidor. Vivemos numa correria constante e se existir algo que nos faça parar por dois segundos, então esse produto terá muitas probabilidades de ser bem sucedido no mercado actual. Uma marca que não aposte na criação de vários produtos que primem pela diferença dificilmente consegue conquistar um lugar no mercado actual. Marcas como a Compal, ou mesmo da indústria automóvel apostam na abundância e criatividade como forma de conquistar a preferência do consumidor.

Mas no que toca á criatividade nem tudo é bom. Ser criativo e simultaneamente original traz custos para qualquer empresa. Claro que é muito mais fácil produzir apenas um produto utilizando apenas um material, correndo o risco de se tornar indiferente perante o olhar crítico do consumidor. Neste caso os custos são mais reduzidos e os lucros bastante maiores caso o produto seja bem sucedido. O que acontece com a constante criação de novos produtos que tentam ao mesmo tempo ser inovadores, é precisamente o aumento dos custos de produção do mesmo, custos estes que muitas vezes não conseguem ser superiores aos proveitos que eles trazem à empresa.

Deste modo, são feitos investimentos avultados no que toca á criatividade, ou seja, à capacidade de constantemente inovar colocando novidades no mercado. Nestes produtos é depositada uma grande dose de esperança no que toca à resposta do mercado. O que acontece é que esta resposta não se verifica em grande parte das situações de investimento, porque o mercado não está preparado para uma grande injecção de novos produtos. O ser humana é um animal de hábitos e de rotinas, ainda que uns as apreciem mais do que outros, portanto ele não tem capacidade de estar constantemente a adquirir novos produtos, tendo que se adaptar vez após vez a novas características. A nossa resposta é, na maioria das vezes, a preferência pela manutenção da tradição, evitando assim leituras desnecessária de livros de instruções e o tempo de adaptação ao novo produto.

Antes de lançar novos produtos, a empresa tem assim a necessidade crescente de realizar estudos de mercado para se aperceber daquilo que o cliente realmente quer. O mercado actual exige que a qualidade se sobreponha à quantidade e à criatividade em excesso. Nos dias que correm, e perante os grandes investimentos que são feitos, nenhum erro é permitido às empresas, o “cliente é rei” portanto é ele que decide qual dos muitos produtos merece o seu dinheiro, tempo e confiança. A resposta está na criação de produtos que não sendo muito complexos de produzir do ponto de vista técnico, respondam à necessidade de satisfação do cliente.
Para terminar, convém referir que decidi centrar-me numa análise do poder da criatividade no seio das organizações. Já no que toca ao ser-humano, penso que a criatividade nunca poderá ser em excesso. Não existe nada mais positivo do que ter ideias e tentar colocá-las em prática no mundo "real". São elas que evitam a estagnação e impulsionam o desenvolvimento.

1 comentário:

Carla Ganito disse...

Excelente Post. Bem redigido e com exemplos concretos que sustentam a opinião. Agarrou bem o objectivo do post.